

Cultura Maker
O Movimento Maker, tem como base a cultura do “faça você mesmo”, do inglês Do-it-Yourself (DIY), é um movimento que traz, por essência, a ideia de que pessoas comuns podem construir, consertar, modificar e fabricar os mais diversos tipos de objetos e projetos.
Sua origem está relacionada a uma economia norte-americana comprometida pela queda da bolsa de 1929, seguida do desvio de recursos para as ações bélicas durante a 2ª Guerra Mundial, a qual forçou necessidade das pessoas começarem a fazer pequenas obras em casa, já que não dispunham de recursos para contratarem mão de obra especializada.

Em paralelo, neste cenário, os programas de televisão começaram a ensinar a construir coisas e as empresas adaptaram seus materiais para comercializá-los em pequenas quantidades e com manual de instruções. As garagens americanas começavam a descentralizar sua função singular de guardar veículos para se tornarem, também, galpões de criação equipados de ferramentas para os mais diversos trabalhos manuais. Com o passar dos anos, o movimento foi ganhando adeptos de maneira gradativa até que ganhou muita força na década de 90 com o advento da internet que popularizou vídeos tutoriais de como construir coisas e a criação da Revista Make e das Feiras Maker, promovidas por Dale Dougherty.
Não demorou para que este movimento encontrasse forças dentro de universidades de grande renome como Harvard, Stanford, Columbia e o MIT (Massachusetts Institute of Technology), com pesquisadores como Neil Gershenfeld, Mitchel Resnick e Paulo Blikstein, pesquisando e disseminando a ideia de uma educação significativa e criativa.
Porém, a ideia do “faça você mesmo” na educação não era nova, pois já havia sido proposta por educadores como Dewey (1916), Freinet (1998), Montessori (1965) e Freire (1985), que discutiam abordagens pedagógicas baseadas no “mão na massa”, usando as tecnologias da época, como cartas, madeira etc.
Cultura faça você mesmo
A pedagogia fundamentada no “mão na massa”, utilizando as tecnologias digitais, encontrou sua grande referência na proposta de Papert e colaboradores (que criaram o termo “construcionismo”), pautado pela ideia de que o conhecimento se realiza quando o aprendiz está engajado na produção de um objeto de seu interesse (PAPERT, 1986).
A junção de antigas e novas propostas educacionais “mão na massa” culminou na chamada Educação Maker, com seu foco na implantação de atividades que combinam ciência e tecnologia – tanto com relação aos espaços, quanto aos temas curriculares.
Hoje, com o avanço tecnológico e a viabilidade de máquinas como impressora 3D, cortadora a laser e plotter de recorte, tornou-se possível e convidativo materializar ideias através das metodologias ativas. É o que tem sido feito em escolas de todo o mundo, incorporando ao currículo os princípios e práticas da cultura maker, com foco na aplicabilidade da teoria nos projetos concretos e assim integrando as disciplinas para um aprendizado contextualizado.